Ficou tudo para o Pacaembu

17/05/2012 05:34

 

     Um jogo difícil, tático, pensado, brigado, era assim que todos pensavam que o jogo se desenharia, e foi exatamente isso. Com a chuva que caiu sobre a Colina Histórica, tais características só se agravaram. O campo de São Januário teve grama trocada recentemente, e por isso teve muito barro no gramado. Com uma forte chuva, o resultado não podia ser outro: lama.

     O jogo começou quente. Apesar dos 5 minutos iniciais as duas equipes estarem se estudando, rapidamente a partida começou a tomar forma. E foi o Vasco quem arrancou na frente, buscando o ataque a equipe cruzmaltina partiu pra cima, buscando principalmente as jogadas de velocidade com a já conhecida dobradinha entre Fagner e Eder Luis. Com Emerson se importando mais com o ataque do que conter as subidas do lateral-direito vascaíno ficou fácil para o camisa 23 da colina.  Outro que se destacava muito, e talvez tenha sido o melhor em campo foi Eder Luis, explorando bem a sua principal característica - a velocidade - conseguia escapadas boas, da onde saíram as melhores jogadas de ataque do primeiro tempo. Já a equipe do Parque São Jorge assustou pouco, Emerson era o jogador que mais levava perigo a defesa adversária, com muita velocidade e dribles rápidos, o Sheik buscava na maioria das vezes a jogada individual, já que o time Corintiano era bem marcado pelo Vasco.

     Após um primeiro tempo com muita briga, muitas faltas, e poucas chances de gol, veio um segundo tempo bem mais agitado. E aí o jogo tomou uma cara definitiva: Vasco no ataque, e Corinthians na defesa, conseguindo encaixar menos contra-ataques ainda do que na primeira etapa. Logo nos 10 minutos iniciais o time da casa pressionou os visitantes. A inversão no ataque corintiano deu resultado: já pela esquerda do ataque paulista, Jorge Henrique tabelou com Alex e graças a uma grande defesa de Fernando Prass não deu a vantagem aos Corintianos. E o efeito também foi sentido na parte defensiva: Fagner foi mais pressionando, e a válvula de escape passou a ser Thiago Feltri. Tabelando com Diego Souza - que começava a aparecer no jogo - o camisa 2 Vascaíno conseguia boas jogadas de linha de fundo, mas o time ainda era muito desorganizado quando ia ao ataque. A maioria das jogadas de ataque eram mal construídas, com Juninho muito recuado e jogando mais como volante do que como meia o Gigante da Colina sentia falta da presença de um armador. O raro lance de organização e criatividade do time Cruzmaltino saiu dos pés de Diego Souza, o camisa 10 recebeu, driblou 2 marcadores e deu ótimo passe para Eder Luis, que sozinho com o goleiro, chutou fraquinho. Após muitos cruzamentos e lançamentos longos, Cristóvão decidiu mexer na equipe, buscando melhores opções para o ataque. Saíram Diego Souza e Juninho, dando lugar a Carlos Alberto e Felipe - que já vinha sendo pedido da torcida há pelo menos 10 minutos.

    Com os dois em campo, o jogo teve um novo panorama. O Vasco adiantou sua marcação, melhorou na criatividade e o Corinthians praticamente abdicou do contra-ataque. Assim foram pelo menos os 20 minutos finais. Em um jogo ainda muito disputado, Carlos Alberto tentava usar a força física, enquanto o Maestro buscava tranquilizar o time com passes e dribles precisos. Com a entrada dos dois no time Vascaíno teve mais volume de jogo, mas não foi muito incisivo. No fim do jogo a grande polêmica da partida: Thiago Feltri recebeu na esquerda e cruzou, Diego Souza cabeceou e Alecsandro desviou posteriormente pro gol, que foi anulado - bem anulado, apesar de que em minha opinião ter sido sorte porque acho que ele não viu o Emerson - pelo assistente Alessandro Rocha Matos.

     No final do jogo, mais reclamação por parte dos Vascaínos: Sandro Meira Ricci assinalou apenas dois minutos de acréscimo, quando Cássio, em apenas um lance, gastou três. Polêmicas e confusões a parte, foi um jogo disputado. Digno das duas melhores equipes do país. Agora a decisão ficou para o Pacaembu, o Corinthians que se defendeu muito bem nesse primeiro jogo precisava de uma vitória qualquer para se classificar. Já o Vasco - que havia marcado gols em todas as partidas no ano - joga por um empate com gols em São Paulo. Agora, a partida de volta promete fortes emoções, com as duas equipes precisando de gols é promessa de um duelo ofensivo e eletrizante.

     Saudações Vascaínas, e até semana que vem! /+/

Por Thauan Pereira